sábado, 23 de junho de 2012

Vou provar que sou uma boa garota!

Vou provar pra você que sou uma boa garota!


Já fiz tanta besteira, não foi?

Eu sei que você não gosta de ler... mas por aqui eu me expresso melhor e não faço bobagens! Quem sabe alguém leia pra você.

Sumi de você contra a minha vontade, mas é porque eu sei que se fico por perto, te faço mal, te causo problemas... melhor ficar longe.

Lembra que eu te falei que ia ficar por aqui? Eu vou.

Você duvida e eu entendo as suas razões... acha que eu sou maluca (sou mesmo), inconsequente (só um pouco) e que estava a procura de mais uma aventura temporal. Pois é, sempre estou. E quem não está? Mas foi procurando assim tão longe que te encontrei.

Agora já posso afirmar que conheci outras pessoas, lugares, culturas... já beijei outro pra ver como seria, dei meu telefone pra quem me ligou e eu não atendi. Já vivi mais um pouquinho...

Sabe o que é? Eu sei que fiz tudo ao contrário, mas eu sou uma boa menina!

Sim. Agora eu tenho um trabalho aqui. Estou em Lisboa. Tive sorte de encontrar uma boa oportunidade quando todas as portas estão sendo fechadas para vocês, portugueses. (Lembra? Eu te disse que era sortuda logo quando o sol nasceu). Estou aqui pra provar pra você que, quando eu quero, eu consigo. Que quando você duvida, eu provo. Estou aqui por você.

E por mim, claro. Porque preciso comer, pagar a renda, ficar bonita e guardar um dinheiro pra gastar no First Floor quando reabrir. Vou aproveitar e levar novos amigos... sevillanos e lisboetas, brasileiros e moçambicanos, novos e velhos, malucos e antiquados, ricos e pobres.

Já paguei de idiota, chata e inconveniente na frente dos seus amigos. Mas até que valeu a pena... sempre consigo a sua atenção. Mesmo sendo mais um bonitnha que apareceu na sua frente e da qual você resolveu se aproveitar... esperto você!

Alguma vantagem eu já tenho! Pelo menos eu sou bonitinha e bem apresentável.

Bem, mas uma loucurinha aqui e uma inconveniência ali não vai fazer mal.

Sempre fui uma boa menina.


Lisboa, 23 de Junho de 2012.
Kalli Horn



sexta-feira, 1 de junho de 2012

A vida passa em cores; não se pode viver em preto-e-branco.

Que dia lindo. Normalmente, isso seria mais uma ironia minha. Chuva, frio, umidade, um gélido vapor que queima, contraditoriamente, a pele. Os pés se encolhem, as mãos purpúreas. Mesmo assim, resolvi mudar de atitude, e prestar atenção nesses tons de cinza, nesse ar frio, nessa chuva intimidante, penetrante da típica Curitiba no inverno. Não vai me adiantar muito ficar reclamando, já que a estação fria vai até Dezembro por estas paragens - quem mora aqui sabe. Respondendo o post da Kalli , uma frase me chega: "a vida passa em cores, não se pode viver em preto-e-branco".
Preto, branco, cinza, se é pra ser assim, que venha. ( Ah, é guerra, São Pedro? Chooove... )
O dia está perfeito para uma fotografia em p&b. Essa aí é de Man Ray, amigão de Salvador Dali e Marcel Duchamp, nos idos do início do século passado... mais lembrado por muitos quando foi personificado no filme Meia-Noite em Paris de Woody Allen. Surrealista, provocador, em preto-e-branco.
As fotografias de Man Ray : As Lágrimas - Um Objeto Feito para Ser Destruído - Os Amantes, produção entre 1919 e 1923. A partir de As Lágrimas evocam-se várias influências, não? Em fotos de artistas plásticos, maquiadores, até mesmo drag queens, com os cílios postiços de bolinhas. Quem é gênio é citado, mesmo sem se saber... 



Enfim, é inverno, em Curitiba. Nossos dias JÁ estão em P&B. Agora só falta o surrealismo, a beleza do inusitado. Que tal buscá-los no dia-a-dia?

 Pra saber mais ( e fonte das fotos):http://www.arthistoryarchive.com/arthistory/surrealism/Man-Ray.html

Trilha sonora chuvosa:
As óbvias It's Raining Men ( Weather Girls) e Chove Chuva ( Jorge Benjor) são bem-vindas. E as não óbvias Rain  (The Cult) e Thoughts of Rain ( Nick Drake) e Rain de Patty Griffin - com um vídeo lindo. Essa última me trouxe você, Kalli.