Hoje é primeiro de janeiro de dois mil e quinze.
"Era uma noite escura e tempestuosa". Hahahah, clichê dos clichês, mas o pior é que é verdade.
Uma noite de verão em Curitiba, mas escura e tempestuosa na alma. Família e amigos todos reunidos em uma Festa de Família, para o tradicional Almoço de Ano-Novo. Achando que estava exalando alto-astral, estava a bebericar uma coca e uma cerveja ao mesmo tempo, quando, não mais que de repente, um amigo-desconhecido chega até mim e me põe na parede. Com um sorriso jocoso no rosto mas um olhar cheio de boa-vontade, dispara:
Vamos chamá-lo de Zé, para que não me processe depois:- O que você está sentindo?
Eu: Luto.
Zé: E o que mais? ( ele nem pestanejou).
Eu: Luto e tristeza.
Zé: E por quê?
Eu: Well... Não está óbvio? Perdi alguém que amava ( aliás, amo) e que faleceu cedo demais.
Zé: Ela não faleceu ( ele é espírita) e não perdemos ninguém, não pense na perda. O que mais você sente?
Eu: Amor e tristeza.
A saber: uma Guedelha, Fernanda, Ferdinanda, nossa loira, foi pro andar de cima na semana de seu aniversário, em setembro. (Ela está no quadro que seguramos, de ponta cabeça!) Eu sei que ela vive. Que ela não morreu. Que é egoísmo meu. Mas tá phoda pra c* e não vou mentir. Tenho muitos defeitos - o de mentir já superei. Acho.
A essa altura, já meio perdendo a paciência porém curiosa, escuto uma longa ladainha sobre como eu estava me prejudicando, que eu estava com um buraco no chakra cardíaco, que eu tinha um trauma de infância que ocorreu entre meus 5 e 7 anos, e que eu devia olhar para dentro de mim e me consertar antes de tentar ajudar alguém. Que tenho uma sensibilidade extra, uma certa paranormalidade que não está equilibrada por causa disso tudo. Que é urgente que eu faça uma caridade pra mim: me salvar.
DETALHE: Nunca conversei com o cara antes.
E mais um monte de coisas. Sobre meu pai e meu passado não-resolvido; meu senso de independência tolhido; minha terrível insônia, e minha insuportável dor no peito. E que não adiantava ir em Igreja, Centro Espírita ou médico pra resolver isso, e que eu já tinha ido a um monte destes.
TUDO VERDADE.
Dizem que quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece. O cara, um conhecido distante, veio e leu minha odisséia. E disse que tenho que trilhar a jornada do autoconhecimento sozinha, para pôr as coisas no lugar. COMO? Não disse. Tenho que descobrir. Que legal. Então, resolvi reabrir o blog.
Faz tempo que este havia se transformado em expressões de sentimentos muito bem contribuídas por leitores queridos.
Não precisa ler, não. Mas, caso o faça, pode dar sua opinião, livremente e sem censura. Kalli? Gaby? Espero vocês, e a todos que quiserem fazer como o Zé: debater verdades, dar pitacos.
Em 2015, anyway, a jornada de salvação ( o que quer que isso signifique ) vai ser trilhada, e que se dane o medo, a falta de tempo e o excesso de trabalho, e as mil contas pra pagar. Chega de ter medo de mim mesma - que eu sempre me gabei de não ter, mas devo ter, senão não teria escutado tudo isso. O cara está provavelmente certo, o que posso fazer?
Fernanda, farol-luz, você vive, e nós também. Não está fácil por aqui, sua polaca maloqueira que amo pra c*. Tenho que aprender não a viver sem você: mas aprender a ter você em outra dimensão, e a me ter, como alma inteira, novamente.
Olá, garota. Bom, sou da opinião de que não devemos dar opinião, a não ser que alguém peça... e nesse caso, precisamos ser sinceros.
ResponderExcluirCatólica por escolha após conhecer várias ramificações religiosas, não descarto nenhum delas. Penso que o que precisamos ouvir nos chega de alguma forma, e nesse caso, chegou pelo sensível rapaz. No contexto que apresentou, não pode ser mera coincidência. É um caminho, e caminhos apresentam uma escolha: você pode caminhar por ele, ou ficar no mesmo lugar. O melhor dos caminho é que podemos voltar ou escolher outro se não nos sentirmos confortáveis ou felizes, e muitos desistem de caminhá-lo por esquecer dessas possibilidades.
Ainda me resgatando de vez em quando, o que mais me ajudou a trabalhar as incômodas perspectivas internas foi ajudar voluntariamente: pelo CVV, serviço feito em casa online uma vez por semana (ajudoooou muito a mudar meus pontos de vista); escrever cartas de amor anônimas e deixar espalhadas por aí; escrever cartas anônimas para quem está em dificuldades através do site americana More love Letters...
Enfim, esse foi o meu caminho. Prestando atenção às dificuldades do outro, aprendi a compreender e libertar as minhas... escrevendo cartas de incentivo para deixar por aí, percebi que as palavras me incentivavam também... mas é claro que são só sugestões. Como bem disse o rapaz, o caminho é pessoal e assim como ele entrou inesperadamente em sua vida - e não por acaso, no início de um novo ano - as possibilidades de se resgatar irão aparecer, tenho certeza. Fique atenta e abrace essas possibilidades.
O mais importante? Não tenha medo!!! É perceptível que é uma pessoa LINDA que merece ser plenamente feliz e livre de alma e de lembranças que machucam.
Cuide-se, a menina que partiu está bem cuidada, tenho certeza!
Um abraço, que seu caminhar em 2015 seja suave e progressivo.
Despedida de ano difícil. Começo de ano diferente. Também sinto muito!
ResponderExcluirEu li o comentário acima feito pela Bia... não sei porque, mas também serviu a mim. Obrigada por dar a sua opinião, Bia. De alguma forma vc me ajudou.
Eu penso se algum dia eu pensei isso antes: por que a foto dela tinha que estar de ponta cabeça?
Hoje é 8 de Janeiro de 2015, minha amiga, e o ano já corre. A nossa evolução também. O nosso trabalho interno também. O nosso caminho está sendo trilhado e a nossa escolha já foi feita. E sim, como diz a Bia, podemos voltar se o caminho não agrada, podemos chutar as pedras e encarar as dificuldades do caminho escolhido se aquilo que te faz crer e ter fé na sua escolha que ainda te enche de esperança. Sei que você vai escolher regenerar e trabalhar o que ainda não foi trabalhado ou concluído. Sei que vai ser doloroso, mas vc já passou pela fogueira. Sei o mesmo que vc, que a vida é AGORA.
E sei que tem promessas que a gente nunca cumpre, por mais necessárias que sejam.
Eu, até hoje, não comprei uma bolsa de água quente. E me faz muita falta! Mas é assim mesmo... nunca encontrei uma que me agradasse.
Estou com vc! Tb quero melhorar! Tb quero ser AGORA. Tb quero ser feliz.
Mas ainda dói. Ainda choro. Ainda é triste. Ainda não acredito.
Fer, feliz 2015 aí em cima! Sei que você está em ótima companhia: seu pai, seus avós, o vô (que não tá bravo hoje), a Lully, a Michele... Quero brigadeiro quando chegar a minha hora! Um beijo enorme e um abraço que faz falta!
Beijo tiadriane! Eu te amo!
Minhas almas!!! EU AINDA NÃO TINHA LIDO!!!
ResponderExcluirEu to muito emocionada e muito agradecida pelo seu relato, madrinha.
Eu ainda não sei o porque ela se foi e pra mim, apesar de tudo, não parece real... pego as fotos dela e penso: c* não dá pra e não tem como acreditar!!! Parece que a qqr momento eu vou vê-la, vou receber mensagens, e aquilo terá sido somente um pesadelo. E por sentir tudo isso me sinto mal, pois tb sei q é egoísmo meu, talvez um comodismo, pois nem consegui ficar e olhar muito para ela dentro do *caixão*. Desculpe falar isso, mas na minha cabeça não era ela, por que? Porque nunca vi a Fer sem vida! Ela é vida, luz, brilho, beleza, paz, amor e uma maré de "coisas" (que não são coisas) maravilhosas deste e de outros mundos!
E você com esse texto, esse lindo desabafo, abriu meu coração, para deixar ir (LET IT GO) a Fer Frozen. Tenho tentado, mas tb sei que tenho tropeçado. Eu prometo que por ela e por nós (A NOSSA FAMÍLIA QUE É A MAIS LEGAL) eu vou tentar mais e sim, conseguiremos!!!
Só companhias tops pra nossa loira mais linda que a Gisele Magrela! <3
E peço a sua permissão para transcrever o que você colocou pq meu coração se encheu mais ainda de amor ao ler:
Te ouvirei no mar, no aroma de baunilha que por vezes invade, inexplicavelmente, a nossa sala; te lerei nas flores cor-de-rosa e brancas, que a vó coloca na sala todo dia pra você. Te acolherei nos sonhos, nos dias insuportáveis de saudades e nas palavras daqueles que te amam. E me erguerei, das brumas da noite escura e tempestuosa, pra dignificar o que você me ensinou: a vida é agora!
Amo vocês. Amo a gente! 2015, vem na paz, vem na vida e no amor!