quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

So, I am back.
Hoje é primeiro de janeiro de dois mil e quinze.
"Era uma noite escura e tempestuosa". Hahahah, clichê dos clichês, mas o pior é que é verdade.
Uma noite de verão em Curitiba, mas escura e tempestuosa na alma. Família e amigos todos reunidos em uma Festa de Família, para o tradicional Almoço de Ano-Novo. Achando que estava exalando alto-astral, estava a bebericar uma coca e uma cerveja ao mesmo tempo, quando, não mais que de repente, um amigo-desconhecido chega até mim e me põe na parede. Com um sorriso jocoso no rosto mas um olhar cheio de boa-vontade, dispara:

Vamos chamá-lo de Zé, para que não me processe depois:- O que você está sentindo?
Eu:  Luto.
Zé:  E o que mais? ( ele nem pestanejou).
Eu: Luto e tristeza.
Zé:  E por quê?
Eu: Well... Não está óbvio? Perdi alguém que amava ( aliás, amo) e que faleceu cedo demais.
Zé: Ela não faleceu ( ele é espírita) e não perdemos ninguém, não pense na perda. O que mais você sente?
Eu: Amor e tristeza.

A saber: uma Guedelha, Fernanda, Ferdinanda, nossa loira, foi pro andar de cima na semana de seu aniversário, em setembro. (Ela está no quadro que seguramos, de ponta cabeça!) Eu sei que ela vive. Que ela não morreu. Que é egoísmo meu. Mas tá phoda pra c* e não vou mentir. Tenho muitos defeitos - o de mentir já superei. Acho.
A essa altura, já meio perdendo a paciência porém curiosa, escuto uma longa ladainha sobre como eu estava me prejudicando, que eu estava com um buraco no chakra cardíaco, que eu tinha um trauma de infância que ocorreu entre meus 5 e 7 anos, e que eu devia olhar para dentro de mim e me consertar antes de tentar ajudar alguém. Que tenho uma sensibilidade extra, uma certa paranormalidade que não está equilibrada por causa disso tudo. Que é urgente que eu faça uma caridade pra mim: me salvar.
DETALHE: Nunca conversei com o cara antes.

E mais um monte de coisas. Sobre meu pai e meu passado não-resolvido; meu senso de independência tolhido; minha terrível insônia, e minha insuportável dor no peito. E que não adiantava ir em Igreja, Centro Espírita ou médico pra resolver isso, e que eu já tinha ido a um monte destes.
TUDO VERDADE.
Dizem que quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece. O cara, um conhecido distante, veio e leu minha odisséia. E disse que tenho que trilhar a jornada do autoconhecimento sozinha, para pôr as coisas no lugar. COMO? Não disse. Tenho que descobrir. Que legal. Então, resolvi reabrir o blog.
Faz tempo que este havia se transformado em expressões de sentimentos muito bem contribuídas por leitores queridos.
Não precisa ler, não. Mas, caso o faça, pode dar sua opinião, livremente e sem censura. Kalli? Gaby? Espero vocês, e a todos que quiserem fazer como o Zé: debater verdades, dar pitacos.
Em 2015, anyway, a jornada de salvação ( o que quer que isso signifique ) vai ser trilhada,  e que se dane o medo, a falta de tempo e o excesso de trabalho, e as mil contas pra pagar. Chega de ter medo de mim mesma - que eu sempre me gabei de não ter, mas devo ter, senão não teria escutado tudo isso. O cara está provavelmente certo, o que posso fazer?
Fernanda, farol-luz, você vive, e nós também. Não está fácil por aqui, sua polaca maloqueira que amo pra c*. Tenho que aprender não a viver sem você: mas aprender a ter você em outra dimensão, e a me ter, como alma inteira, novamente.
Te ouvirei no mar, no aroma de baunilha que por vezes invade, inexplicavelmente, a nossa sala; te lerei nas flores cor-de-rosa e brancas, que a vó coloca na sala todo dia pra você. Te acolherei nos sonhos, nos dias insuportáveis de saudades e nas palavras daqueles que te amam. E me erguerei, das brumas da noite escura e tempestuosa, pra dignificar o que você me ensinou: a vida é agora!